sábado, 13 de agosto de 2011

Madame Iraccav



Cinquentenária Madaminha Vaccagari:
Como a senhora está anunciando o fim do seu blog e pelo seu sutiã 48, prova que a senhora é muito peituda e pode nos conceder uma entrevista a respeito do Sr. Wilson Vaccari, que fala muito dos outros, mas não fala muito dele próprio. Pode ser ou tá difícil?
a) Thiaguinha da corja diplomada em jornalismo e Direito pela Funcec.

Repórter: quem é, quando e de onde veio o Sr. Vancário?
Madame: ele nasceu em São Gonçalo do Rio Abaixo; em 09 de agosto de 34 e depois de rodar grande parte do mundo veio a Monlevade para ficar uma semana, em 09 de agosto de 58, estando pois completando hoje 77 anos de idade e 53 de moradia monlevadense.

Repórter: por quais cidades ou países viajou Vaccari.
Madame: Inicialmente residiu em Barão de Cocais até os 10 anos; foi estudar em BH no grupo Barão de Macaúbas, quando voltou a Barão foi estudar no Seminário do Caraça, de volta à Barão foi encaminhado ao Bangú, do Rio de Janeiro, pelo amigão João Lacerda Filho, recentemente falecido, o Barbatana do Atlético e revelador de grandes craques como Reinaldo, entre outros. Daí seguiu para a Europa, onde residiu em Lisboa, Coimbra e Paris e conheceu quase todo o restante da Europa. Depois foi morar em Luanda, capital de Angola. Retornando ao Brasil, foi contratado pelo Flamengo, onde foi campeão carioca. Retornou a Minas, jogando pelo Metaluzina, pelo Pedro Leopoldo e Democrata de Sete Lagoas. Voltou a Barão em 58 e de lá veio para Monlevade.

Repórter: Na área religiosa, o que ele fez por aqui?
Madame: Ainda quando católico, foi auxiliar de tesouraria, assessorando seu amigo Antônio Miagato, durante cinco anos em colaboração com os padres Higino e Henriques nas famosas festividades da Igreja São José, realizadas na área siderúrgica da cidade. Já morando no bairro Santa Bárbara, ajudou na construção da Igreja Santa Rita, fornecendo lanches e participando da fabricação de concreto para as lages: após passar para a igreja evangélica participou da reconstrução da Igreja Batista El-shadai.

Repórter: O que o Vaccari sabe sobre a corja monlevadense?
Madame: Na verdade ele nem sabe quem são os membros da corja. Essa pergunta deveria ser encaminhada ao padre. Todavia o Vaccari já ouviu falar que pessoas influentes da corja estão esperando a soltura do Fernandinho Beira Mar para ser o tesoureiro dos corjeanos.
No Brasil acontece de tudo: elegem para fiscal quem deveria, primeiro, ser fiscalizado. Mas como dizia o Rui Barbosa, no Brasil, ainda vamos ter vergonha de sermos honestos.

Repórter: E na parte do esporte, o que fez o Vaccari em Monlevade?
Madame: Ajudou na construção do campo do Asa Branca; passou a treinar o Real quando este clube estava sem condições de pagar ao Sr. Pedrinho 100 Cruzeiros mensais. O Vaccari passou a ser o treinador do time sem nada receber; é campeão mineiro em futebol de salão, pelo Grêmio Esportivo, juntamente a Henriquinho, Curió, Edilson Silvério, Miltinho e outros craques do passado.

Repórter: E na área política, o que ele fez?
Madame: Ele foi vereador e presidente da Câmara por 14 anos sendo os primeiros, quando nada se recebia (CR$), pagava-se passagem de ônibus para ir as reuniões, não havia computador nem celular, carro na Câmara, secretária parlamentar paga pelo povo, taxa de expediente, notebook e nenhuma das atuais mordomias. Só que, naquela época, fizeram a Wilson Alvarenga, o Centro Educacional, o Terminal Rodoviário, e muitas coisas mais, sob o comando do extraordinário Prefeito Antônio Gonçalves.

Repórter: E o que fez o Vaccari na área de lazer, festas e promoções etc?
Madame: Monlevade teve três grandes festeiros: João Bosco, Guido Valamiel e o Vaccari. Para se ter uma idéia, a grande diferença entre o João Bosco e o Vaccari é que este último, nunca fez uma festa com portões fechados, enquanto o João, nunca fez uma festa com portões abertos. Quer dizer: O João ganhou muito dinheiro que foi enviado para outras cidades, enquanto o Vaccari exigia dos executivos os pagamentos referentes às despesas das referidas promoções.

Repórter: Mas afinal, quais estas promoções realizadas pelo Vaccari?
Madame: Algumas delas que me lembro entre outras, o Vaccari fez o primeiro e primeiros festivais da canção, primeiro carnaval de rua, primeira parada de Sete de Setembro, com quadros ao vivo, rua do lazer, feiras da Paz, super gincana vencida pela ACM 2001, sob a liderança de Fernado, Edilson, Renato Lima e outros. Recepção festiva ao fogo simbólico na década de 60;


Nosso Carnaval, Valuce, Lau Prandini e Nova Lima. Qual das três bonequinhas é a mais bichosa

Repórter: Durante estas festividades que artistas trouxe o Vaccari?
Madame: Roberto Carlos pela primeira vez em 1959; RPM; Cazuza; Fábio Júnior; 14 Biz diversas vezes; Sá e Guarabira diversas vezes, Conjunto Célio Balona diversas vezes, Eduardo Dusek, Silvio Brito, Madrigal Renascentista; e muitos outros...

Repórter: Mais alguma iniciativa do Vaccari?
Madame: Claro! Com a parceria do Acrisobol, Zezinho Passos e o Dr. Cid. Rebelo, bolaram e colocaram no ar a verdadeira Rádio Cultura (não confundir com a Rádio Sem Curtura), em 59. A primeira revista plastificada, A Margarida em 1967; foi jurado em Rio Piracicaba durante vários anos e promoveu vários concursos de beleza.

Repórter: Nesses concursos você se lembra de alguma miss?
Madame: Claro! Marilia (Mineiros Frente a Frente), Vaninha da Vila Tanque (Miss Minério em Itabira), Rosângela Lara (Miss Piscina na ACM), Cláudia Gonçalves (Miss Piscina em Timóteo), Maria Alves (Miss Monlevade), Dalva, hoje esposa do empresário Noca (Miss Monlevade) e a nossa grande vencedora Maria do Carmo Lana, segunda colocada no Miss Minas Gerais.

Repórter: Ao que nos parece, O Mineiros Frente a Frente foi o maior empreendimento promocional que ele liderou?
Madame: Nas conversas que tenho tido com Vaccari ele fica com os olhos umedecidos, quando se menciona essa passagem em sua vida. Segundo ele, sempre recebeu do Antônio Pirraça todo o apoio, respeito e incentivo que lhe era dado a fazer. Pirraça nunca deixou o Carnaval de Monlevade, para ir com piranhas ou outras pessoas estranhas, para o Carnaval do Prata, da Baixa Verde ou de Nova Viçosa. Com respeito ao Mineiro Frente a Frente, este foi o programa que divulgava Monlevade por 12 horas diurna em quase todos os estados brasileiros. Monlevade nunca foi tão conhecida no Brasil como nessa época. Vaccari conseguiu liderar as principais fontes artísticas da cidade, mas, infelizmente, nem todos agadecem e dão a este fato o seu real valor. Estas foram as questões levantadas pela repórter Thiaguinha e trazidas à tona pela Madaminha Iraccav.

2 comentários:

  1. A irreverência, o bom humor e a coragem para dizer a verdade continua sendo a marca registrada do fabuloso Vaccari. Você continua sendo o exemplo prá todos nós. É como o vinho, quanto mais "velho", melhor! Abraços do Zé Geraldo do Espinhaço.

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  2. Você lembrou muito bem do João Bosco, do Guido e do Vaccari como os grandes organizadores de festa em Monlevade. Aliás não só shows. Esportes, festas cívicas, religiosas, carnavais, gincanas, festivais e por aí a fora todo tipo de evento de cunho popular. Você descreveu muito bem como as coisas aconteciam nesta terra. Me lembro muito bem que o Guido era professor e fazia tudo que hoje é feito pela Casa de Cultura como bico (sem remuneração), fora do horário de trabalho e sem ganhar nada. Aliás ele sozinho fazia muito mais do que a Casa de Cultura com toda a sua estrutura faz.

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