segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Segundo causo

Conforme o que eu escrevi na última postagem, Virgílio F. Salomão foi um dos homens mais importantes da cidade, quer no sindicalismo, quer como funcionário da Belgo, quer como político atuante, vereador sem remuneração e muito mais fez pela comunidade, dentro de sua escolaridade, sua simplicidade e humildade. Falava quase tudo errado, trocava letras e palavras, perdendo uma eleição para prefeito, porque os eleitores o julgavam semi-analfabeto. Para a segunda eleição, ele próprio divulgava para todos, que sua filha Cidinha (excelente professora local), estava ensinando-o a ler e escrever. Pouco antes do seu falecimento em 1972 passava eu na porta do Bar Alvorada, quando ouvi alguém chamar pelo meu nome: - Ôh Vacalho, óia só que acidente danado! Com um jornal na mão, ele me mostrava a foto de um carro com os quatro pneus pra cima, e fazia comentários em alta voz, como querendo mostrar a mim e aos presentes que já estava sabendo ler. Aí, olhando para o jornal, notei que o mesmo estava de cabeça pra baixo.

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